Agentes de segurança sofrem com ameaça, violência e medo

Levantamento feito neste ano ouviu mais de dez mil policiais, bombeiros e guardas

O aumento no índice de violência – como os roubos, que subiram 17,15% em Minas entre os meses de janeiro e junho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado – leva a população a cobrar mais segurança nas ruas. No entanto, melhores condições de trabalho para os profissionais que exercem o papel de coibir a criminalidade não são reivindicadas na mesma proporção. De acordo com uma pesquisa divulgada nesta quinta pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 75,6% desses trabalhadores já foram alvo de ameaça em serviço e 53,1% deles sofreram o mesmo fora do expediente.

O levantamento feito neste ano com 10,3 mil profissionais do Brasil inclui policiais civis, militares, federais, rodoviários federais, bombeiros e guardas municipais. A ameaça sofrida se concretiza em morte para muitos, principalmente quando estão fora do ambiente de trabalho. Ao menos sete em cada dez agentes já tiveram algum colega próximo de serviço assassinado fora do expediente.

“É preciso enxergar como os direitos desses cidadãos estão sendo violados. O estudo mostra que o sistema de segurança pública tem amarras fracas, não dá respostas eficientes e qualificadas, o que reflete em (resultados de) investigações”, afirmou a pesquisadora da FBSP, Thandara Santos.

A impunidade aparece como o principal fator de insegurança para os profissionais, com 64,5%. Chama atenção o fato de 51% dos policiais entrevistados ter receio da falta de diretrizes claras em ações corriqueiras, como prisão por drogas, uso de força etc.

Com informações cedidas pelo Jornal O Tempo

LUCIENE CÂMARA